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A jornada da polenta ao longo dos séculos e sua chegada ao Brasil

outubro 9, 2019
em Gastronomia

Falar sobre polenta é falar sobre a cultura gastronômica das regiões do nordeste da Itália, especialmente Veneto e Friuli-Venezia Giulia. Lá, o prato é homenageado em canções, poemas, pinturas e livros, comprovando sua importância para o povo.

O gosto pela polenta atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao Brasil junto com os primeiros imigrantes italianos, em 1870. A tradição de fazer polenta ainda faz parte da vida da maioria dos descendentes de italianos, pincipalmente no sul do país.

O prato está listado no menu da maioria dos restaurantes italianos da região e é o personagem principal de algumas festas típicas brasileiras, como o Polentaço, que acontece todos os anos na cidade gaúcha de Monte Belo do Sul, ou a Festa da Polenta, realizada anualmente em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo.

Mas como a polenta virou uma tradição italiana? Para entender, precisamos voltar à Idade Média, quando a polenta já existia, mas era feita com grãos diferentes, pois o milho ainda não havia chegado à Europa.

Descoberta do milho e sua chegada à Europa

Sua primeira versão era branca, pois a farinha era feita de painço. Durante o Renascimento, a polenta tornou-se cinza, pois o ingrediente adotado foi o trigo mourisco. Depois que o milho foi trazido para a Itália das Américas, a polenta ficou amarela, como a conhecemos hoje.

Sabugos de milho pendurados em um tronco, no lado de fora de um galpão.
O milho não é nativo da Europa, mas a polenta existia mesmo antes dele chegar ao velho continente.

Em 1492, Cristóvão Colombo enviou emissários para explorar parte de Cuba. Em contato com as tribos indígenas, eles ficaram surpresos com a quantidade de terra cultivada. Naquele momento, tiveram seu primeiro contato com o milho. O povo nativo o chamava de grão maíz. Ao retornar de sua primeira viagem em 1493, Colombo introduziu o “maíz” na Europa.

Polenta na Itália

Devido à facilidade de plantio, sua adaptabilidade a diferentes solos e condições climáticas e cultivo barato, o grão se difundiu rapidamente entre os países europeus e, em meados do século XVII, figurava significativamente na dieta das populações rurais da Itália. O milho era consumido principalmente pelas classes mais baixas – agricultores e camponeses.

A polenta também era consumida pelos ricos, mas eles a enchiam de carne e queijo, enquanto os pobres tinham a polenta na mesa como prato principal e único. Ao longo dos anos, muitas pessoas das classes mais baixas começaram a desenvolver uma doença chamada pelagra, que é uma deficiência nutricional causada pela falta de vitamina B3 na dieta. Como o milho era uma ótima fonte de carboidratos e calorias, as pessoas nunca imaginaram que o grão por si só não tivesse nutrientes suficientes para garantir uma dieta equilibrada.

Crise na Itália

Com a crise na Itália, a migração em massa e o governo brasileiro incentivando a imigração após a abolição do tráfico de escravos em 1850, juntamente com a necessidade de trabalhadores nas fazendas e plantações de café, muitos italianos se mudaram para o Brasil em busca de melhores condições de vida.

O governo do Brasil pagou passagens para centenas de milhares de famílias (muitas de Veneto, no Nordeste) que concordaram em quitar suas dívidas ao longo de seis anos. Na década de 1890, seus destinos eram fazendas de café no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Polenta e os índios

Quando os imigrantes italianos chegaram ao Brasil, não tiveram dificuldade em encontrar milho, pois o grão já era usado pelos índios nativos antes da chegada dos primeiros europeus para colonizar o país, cerca de 500 anos atrás. De fato, antes da chegada do italiano, um “tipo” de mistura úmida e cremosa feita de farinha de milho era consumida no país com o nome de angu, mas nunca era grelhada ou frita.

Cadeira com um sabugo de milho descascado ao lado de dois montes de farinha, um branco e outro amarelo.
A jornada da polenta ao longo dos séculos mostra que ela nem sempre foi amarela.

Embora os índios tivessem sua própria farinha de milho plantada e moída por eles, os imigrantes italianos tiveram que encontrar uma maneira de fazer a sua própria, pois o contato com os nativos não era amigável. O governo brasileiro pode ser responsabilizado por isso, pois recebeu grandes grupos de italianos prometendo dar-lhes “terras vazias”, mas essas terras de fato pertenciam aos índios. Em represália à invasão de suas terras, os nativos começaram a atacar as colônias italianas, criando uma imagem de que os índios não eram capazes de viver na civilização e justificando sua aniquilação.

Polenta e a identidade italiana

Como forma de manter sua identidade nacional, os imigrantes italianos mantinham a polenta como parte de suas refeições diárias – café da manhã, almoço e jantar -, plantando e colhendo milho e fazendo sua própria farinha.

Hoje em dia, é possível encontrar netos dos imigrantes italianos que ainda têm lembranças do modo como a família costumava comer, demonstrando que a polenta fazia parte do cotidiano dos imigrantes italianos no Brasil e que a tradição foi passada de geração em geração.

Nos dias atuais, polenta cremosa ou grelhada no fogão a lenha não são tão comuns quanto a polenta frita, encontrada não apenas em restaurantes e festividades italianas, mas também na maioria dos bares brasileiros como aperitivo.

A polenta frita pode ser encontrada em todo o país, mesmo em regiões que não receberam imigrantes italianos, e combina muito bem com caipirinha e uma cerveja bem gelada.

O nome “polenta” ajuda a lembrar ao consumidor que se trata de um prato italiano, mas quase todos desconhecem a jornada da polenta ao longo dos séculos e que sua longa história começou durante a Idade Média, quando ela ainda nem era feita de milho. 

Tags: culinária italianaimigração italianamilhopolenta

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