Neste dia 31 de março é celebrado o Dia Nacional da Saúde e Nutrição. A data foi criada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de debater e avaliar as práticas nutricionais dos brasileiros e, em cima delas, criar políticas públicas de prevenção de doenças relacionadas à má alimentação. A data também é um motivo a mais para lembrar e incentivar as pessoas a incorporarem hábitos saudáveis em suas vidas.
A prevalência de obesidade tem aumentado de maneira epidêmica em todas as faixas etárias nas últimas quatro décadas e, atualmente, representa um grande problema de saúde pública no mundo. Isso comprova que a população não se alimenta como deveria.
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, publicada em 2020, mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso (60,3%), o que representa 96 milhões de pessoas. Já a obesidade atinge 25,9% da população, alcançando 41,2 milhões de adultos. Das crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde do SUS, 15,9% dos menores de 5 anos e 31,7% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso e, dessas, 7,4% e 15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade.
A obesidade é uma doença crônica e está relacionada ao aumento do risco para outras doenças como as do coração, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doença do fígado e diversos tipos de câncer (como o de cólon, de reto e de mama), problemas renais, asma, agravamento da Covid, dores nas articulações, entre outras, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida.
A importância da nutrição para a saúde
Uma nutrição adequada reflete diretamente na qualidade de vida de qualquer pessoa desde a infância, garantindo o desenvolvimento pleno das crianças e refletindo na saúde na vida adulta. Por isso, é muito importante que os pais e/ou cuidadores se atentem aos tipos de alimentos que ofertam às crianças a fim de contribuírem com a sua saúde plena. O exemplo precisa começar dentro de casa! A ingestão de alimentos saudáveis e adequados por toda a família previne doenças e garante mais disposição e longevidade para todos.
Mas o que é uma alimentação saudável?
Uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares que assumam o significado social e cultural dos alimentos como fundamento básico, com o estímulo da produção e consumo de alimentos regionais in natura, como legumes, verduras, frutas, grãos, tubérculos e leguminosas.
É se abrir a novas preparações culinárias que envolvam esses tipos de alimentos e reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados como biscoitos industrializados, salgadinhos, iogurtes repletos de açúcar, macarrões instantâneos e refrigerantes. É o famoso “descasque mais e desembale menos”.
Um bom instrumento para se informar melhor sobre os principais aspectos que envolvem a boa alimentação é o Guia Alimentar para a População Brasileira, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. O material está disponível gratuitamente e possui fácil leitura e compreensão.
Acima do limite
Muitos fatores precisam de atenção especial quando se trata dos hábitos alimentares dos brasileiros. Alguns deles são o consumo diário de sal e açúcar e a leitura os rótulos dos alimentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo máximo de 2000mg (2g) de sódio por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal (lembrando que 40% do sal é composto de sódio). Esta recomendação inclui todos os alimentos que farão parte da alimentação no dia e não somente aquela quantidade utilizada no preparo ou quando a refeição já está pronta. Mas os brasileiros atualmente consomem mais do que o dobro dessa quantidade, segundo dados do Ministério da Saúde.
O consumo elevado de sódio está associado ao desenvolvimento de doenças como a hipertensão arterial, cardiovasculares e renais, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo.
Uma das maneiras mais práticas de se diminuir o consumo de sal é comparar a quantidade de sódio nos alimentos, observando as informações nutricionais no verso das embalagens. Opte sempre por escolher aquele que possui menos sódio/sal.
Sobre o açúcar, no máximo 10% das calorias diárias devem ser provenientes de seu consumo. Considerando uma dieta de 2000 calorias, essa taxa equivale a 50 gramas de açúcar por dia (cerca de dez colheres de chá). No entanto, reduzir essa porcentagem para 5% (25 gramas ou 5 colheres de chá) é ainda melhor para a saúde. Essa recomendação abrange tanto os açúcares adicionados pelas indústrias, quanto pela população no ato de cozinhar e consumir, e também aqueles naturalmente presentes nos alimentos, como mel, melado e suco de frutas.
A ingestão abusiva de açúcar resulta no aumento do tecido adiposo, elevando colesterol e glicose no sangue, podendo ter como consequência o surgimento de doenças crônico-degenerativas como diabetes, cardiovasculares, câncer e obesidade.
Como nem sempre percebemos a quantidade de açúcar nos alimentos processados e ultraprocessados, devemos ficar atentos aos rótulos. O açúcar pode ser encontrado na lista de ingredientes com os seguintes nomes: açúcar, açúcar invertido, açúcar turbinado, dextrose, dextrina, frutose, glicose, glucose, maltose, maltodextrina, oligossacarídeos, sacarose, xarope glucose-frutose, xarope de milho, dentre outros.
De olho nos rótulos
Olhar o rótulo é essencial antes de comprar um produto no supermercado para saber se ele contribuirá ou não com a sua saúde. Essa é uma forma de exercer autonomia na hora de escolher o que você irá consumir. Alguns produtos apresentam informações em letras minúsculas, dificultando a leitura. Por isso, não hesite em levar uma lupa quando for às compras.
Em outubro de deste ano (2022), entrarão em vigor novas normas sobre a rotulagem dos alimentos, que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prometem facilitar a leitura pelos consumidores.
Lista de ingredientes, prazo de validade e informações nutricionais estão entre os itens obrigatórios nos rótulos, assim como a medida caseira, que é como o consumidor mede os alimentos (fatias, xícaras, colheres, entre outras). Lembrando que a lista de ingredientes é decrescente, ou seja, o primeiro ingrediente é o que está contido em maior quantidade no produto e assim por diante.
Consciência nas escolhas
Saber escolher o tipo de alimento que se coloca no prato e os seus efeitos sobre a saúde é o primeiro passo para desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis. Isso vai permitir que uma boa alimentação faça parte da sua rotina. Mudar de hábito nem sempre é fácil e rápido e, por isso, é essencial ter um propósito forte sobre os impactos que as mudanças causarão na sua vida.
Para ter acesso ao Guia Alimentar para a População Brasileira, clique AQUI.