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Revolução silenciosa: como profissionais da saúde, educadores e pais estão influenciando a alimentação infantil

maio 8, 2020
em Sociedade

O que seu filho come? Qual relação ele tem com a comida? Ele sabe que o alimento vem da terra? Muitos pais não param para pensar nessas perguntas e alimentam seus filhos com a extensão de suas dietas pobres em nutrientes e ricas em gorduras e açúcares.

Várias crianças em uma roda, manipulando e aprendendo sobre a plantação da batata-doce.
Aulas de jardinagem incluem a vivência com a batata doce.

Desde 2014 o Brasil não faz mais parte do mapa da fome da ONU (Organização das Nações Unidas), mas a falta de comida ainda é uma realidade, causando desnutrição crônica em 40% das crianças indígenas e em 7% do restante da população infantil. Esses dados da Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância) ficam ainda piores quando somados a pesquisas recentes do Ministério da Saúde que mostram que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos estão obesas.

A obesidade infantil é uma bola de neve, pois as crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e estes, por sua vez, 89% de chance de se tornarem adultos obesos.

Lutando contra esses números inaceitáveis estão pessoas que entendem a importância de alimentar e educar as crianças de forma correta, para que sejam adultos que apreciem os sabores dos produtos naturais, consumam os alimentos ofertados em cada estação, e saibam fazer a escolha certa na hora de definir o que colocar na boca.

A nutrição vem da merenda

Em muitas regiões brasileiras, a merenda escolar é o único alimento que a criança consome ao longo do dia. Com isso em mente, a nutricionista Graziely Motter Possamai e sua colega Vanessa Carvalho tiraram vantagem da obrigatoriedade de utilizar 30% da verba federal destinada ao Programa Nacional de Alimentação Escolar na agricultura familiar, e criam merendas nutritivas para os alunos de escolas e creches públicas de Tijucas, município catarinense de 40 mil habitantes.

Alunos e duas nutricionistas juntos, posando para uma foto em sala de aula.
As nutricionistas Graziely e Vanessa com algumas das crianças da rede pública de Tijucas.

As merendas são consumidas diariamente por cerca de 5 mil crianças, que viram os produtos industrializados e ultra processados serem substituídos por suas versões naturais, como sucos de frutas feitos com frutas e polpas, uso de açúcar mascavo, além de massas 100% integrais, saladas, feijão, lentilha, diversos tipos de proteínas, enfim, comida de verdade.

Graziely relata que o apoio da prefeitura foi essencial para a mudança dar certo, já que a mesma complementa a verba federal destinada à compra da merenda para que as crianças tenham uma alimentação melhor. “A prefeitura nos deu carta verde para implantarmos uma alimentação mais saudável, então incluímos também cursos às cozinheiras para que aprendam a cozinhar de forma mais funcional”, explica a nutricionista.

A intimidade com o alimento vem de dentro para fora

“As crianças cultivam o trigo, debulham, fazem a farinha e depois o pão”. A vivência do trigo é explicada por Ricardo Neri Franco Lôpo, agricultor biodinâmico e professor de jardinagem, como uma das atividades ministradas por ele, focada na busca da intimidade com o alimento. O ‘fazer’ – regar, colocar adubo (que pode ser estrume de vaca, folhas e adubo oriundo de compostagem orgânica com restos de alimentos), colher – é que vai mostrar o ponto de partida e chegada dos alimentos, ou seja, como ele se desenvolve.

Uma vivência similar é realizada com a batata doce, desde o seu plantio até a confecção do nhoque, cujas etapas passam, uma a uma, pelas mãos de seus alunos. Aulas de jardinagem não são exigidas pelo MEC, mas são obrigatórias nas escolas onde Ricardo trabalha, nas quais a pedagogia Waldorf, aquela que procura integrar de maneira holística o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico dos alunos, é utilizada.

Ricardo esclarece que os trabalhos no jardim da escola são diferentes para cada idade, pois devem respeitar a antropologia da criança. Até os seis anos de idade, elas acompanham as atividades e imitam os movimentos do professor, colocando a mão na terra sem a utilização de nenhum instrumento que não seja o próprio corpo. Aos nove anos, entram na fase do esforço físico para entenderem que os alimentos também se esforçam para se desenvolver. Mais tarde, passam pelo acompanhamento do crescimento de uma bananeira em paralelo às aulas de Botânica, desenhando todas as etapas do desenvolvimento da planta. Depois entram na Astronomia, quando aprendem sobre o percurso do sol ao longo do ano, permeando, paralelamente, os aspectos da agricultura biodinâmica nas aulas de jardinagem. E finalizam com cooperação e sensações, quando já estão aptos a ajudarem as turmas mais novas em atividades de jardinagem que exijam o uso de instrumentos, ou mesmo fazendo trabalhos coletivos para a comunidade, como a criação de hortas.

Segundo o professor, essa capacidade de observação dos ritmos da natureza vivenciada pelas crianças nas aulas de jardinagem faz a intimidade com o alimento e seus ciclos tornarem-se algo intrínseco nelas, algo que faz sentido. “E quando crescerem, vão atrás do que faz sentido para elas, o que foi aprendido pelo sentir, fazer, pelo coletivo, e não pelo pensar”, completa.

A casa é a extensão da escola

Obviamente que uma criança que é educada pelo professor Ricardo e que come a merenda das nutricionistas Graziely e Vanessa tem uma vantagem em relação às outras que não têm algum tipo de contato com a agricultura e ainda se alimentam mal. Por isso que a mãe e educadora Waldorf Liandra Ribeiro defende que o ideal seria que a escola fosse a extensão da casa, e que a casa fosse a extensão da escola. “As crianças precisam dessa unidade”, afirma.

Enquanto educadora, Liandra tenta mostrar a diversidade de alimentos com a ajuda dos pais de seus alunos. “Peço para eles levarem as crianças para comprar os ingredientes dos lanches e apresentarem alimentos diferentes para aumentar o repertório delas”. Ao levarem esses alimentos para a escola e serem expostas a outros novos levados pelas outras crianças, ampliam seus sentidos com a beleza ofertada pela natureza.

Liandra tem três filhos, Mateus de 13, Miguel de 9 e Artur de 8 anos, e como mãe faz as coisas por convicção e amor. Sua forma de educar é tentando plantar a semente do que acredita ser o melhor para eles, para que depois decidam, com a liberdade adulta, o que escolher. Para ela, cujos filhos estão crescendo na pedagogia Waldorf, é mais fácil fazer da casa uma extensão da escola, pois ela e seu marido acreditam na pedagogia e agem de acordo com ela, ofertando essa unidade casa e escola que ela idealiza.

Artur, Miguel e Mateus, filhos de Liandra, em ação na cozinha de casa.
Artur, Miguel e Mateus, filhos de Liandra, em ação na cozinha de casa.

A criança possui com os adultos, principalmente seus pais, uma relação de confiança e de entrega, no qual o ato de alimentar deve ser considerado como um ato de amor. Somente o bom exemplo dos adultos e a intimidade entre as crianças e os alimentos são capazes de mudar os números de desnutrição e obesidade no Brasil e no mundo.

Tags: alimentação infantilaula de jardinagemdesnutriçãoeducação alimentarmerenda escolarobesidade

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