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Vinho de jabuticaba tem o sabor do agreste alagoano

A produção do vinho de jabuticaba chegou a 1300 litros na safra de 2020

agosto 24, 2020
em Gastronomia

O estado de Alagoas é geralmente relacionado com lindas praias, mas o destino também possui serra e, pasmem, lá se produz vinho. O vinho de jabuticaba da Serra das Pias é um produto que faz parte da tradição regional desde os anos 1970, quando famílias faziam o vinho em casa para celebrar festividades como a novena “arrancação de bandeira” e o nascimento de crianças. No entanto, há dois anos o processamento das jabuticabas para a produção de vinho virou parte de um trabalho em conjunto por meio da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Estado De Alagoas (COOPCAM), que uniu camponeses da base do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A comercialização do vinho de jabuticaba do agreste alagoano passou a gerar renda para as famílias do município de Palmeira dos Índios, na serra do estado.

A jabuticaba é uma fruta brasileira nativa do bioma Mata Atlântica, aquele que se estende por quase todo o litoral do país. É estranho saber que em Palmeira dos Índios, localizada no agreste de Alagoas, existam jabuticabeiras dando fruto. A Mata Atlântica original do estado adentrava o território até lá, e mesmo que apenas 6,04% da vegetação original tenha permanecido, já que o restante foi dizimado para a exploração de madeira e a abertura de terras para a produção da cana de açúcar, um dos principais produtos alagoanos, ainda existem resquícios de Mata Atlântica em meio à transição entre a vegetação litorânea e a caatinga, o que explica a existência de jabuticaba no município serrano.

O vinho de jabuticaba do agreste alagoano é feito a partir dos frutos de 400 árvores de Palmeira dos Índios.
A jabuticabeira é nativa do bioma Mata Atlântica, e a árvore demora ao menos 10 anos para iniciar a dar fruto

A produção cooperada tem trazido benefícios aos agricultores que, quando fora da safra da jabuticaba, desempenham atividades da roça como o cultivo de milho, feijão de corda, feijão de arranca, fava, hortaliças, mandioca e outros produtos. A união trouxe a profissionalização da produção do vinho de jabuticaba, melhorando todos os aspectos do processamento desde o manejo agroecológico até o envase em garrafas de vidro rotuladas. A COOPCAM vem recebendo apoio de entidades como Embrapa, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Sebrae, governo do estado de Alagoas e Companhia dos Fermentados. Todas elas buscam ajudar de alguma forma os produtores, seja auxiliando na definição das informações nutricionais, melhorando o processo de produção, ou na comercialização do vinho.

A evolução se dá também na qualidade do vinho de jabuticaba, que tem como característica o sabor da madeira do tronco da jabuticabeira, tendo em vista que a fruta cresce grudada a ele. Antes do vinho ser produzido pela cooperativa, era feita a adição de álcool e açúcar, e algumas famílias o colocavam dentro de tonéis e potes de barro para fermentar, resultando em um tipo de licor. Hoje, o vinho é parecido com um seco feito a partir de uvas, sendo que a maturação dura menos tempo que a os vinhos tradicionais, uma média de 3 a 4 meses dentro de tonéis de plástico. “Estamos nos organizando junto à Secretaria de Agricultura para comprar tonéis de madeira para deixar o produto com ainda mais qualidade”, comenta José Hélio Pereira da Silva, produtor, agricultor e presidente da COOPCAM.

O vinho de jabuticaba do agreste alagoano é produzido por agricultores da região de serra do estado nordestino.
Famílias de agricultores de Palmeira dos Índios, AL, se beneficiam com a produção do vinho

A organização entre os camponeses tem gerado bons frutos, incluindo a realização do primeiro Circuito da Jabuticaba, que aconteceu em março deste ano. Mais de mil pessoas foram até a cidade de Palmeira dos Índios para conhecer a produção do vinho, o trabalho desenvolvido pela cooperativa, além dos quintais das casas dos agricultores, onde estão as jabuticabeiras. Durante o evento, os visitantes puderam adquirir garrafas do vinho, assim como outros produtos feitos pelos agricultores, como doces e polpas de frutas.

Os cuidados agroecológicos com as árvores são um grande diferencial do vinho da cooperativa, pois o fruto sem veneno tem um sabor mais concentrado, o que é sentido no produto final. A safra, que se dá geralmente nos meses de março, varia de acordo com a quantidade de chuva que a região recebe, podendo ser em maio, quando houver estiagem ou, ainda, ocorrer uma segunda safra entre novembro e dezembro, se as chuvas forem regulares. O manejo adequado e a união dos agricultores fez a produção pular de 100 litros de vinho em 2018 para 1300 litros neste ano de 2020, e a ideia é aumentar ainda mais a produção. “Vamos fazer curso de enxerto para começar a expandir a produção de jabuticaba”, conta José Hélio, explicando que a jabuticabeira demora uma média de 10 anos para florar e dar frutos, e que por isso é essencial tratar a planta sem agrotóxicos e fertilizantes para que viva bastante tempo e não deixe os produtores sem parte de sua renda.

O pequeno município de Palmeira dos Índios e suas 400 jabuticabeiras que já resistiram a 10 anos de seca mostram como uma eficiente organização de base comunitária pode produzir um produto de qualidade que tem história e tradição, e que ainda respeita o ritmos da natureza, preservando o meio ambiente.

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